Narciso (confesso)

Eu precisava deixar isso em algum lugar e quando eu morresse você poderia saber a verdade. Eu sei, idiotice. Mas eu fiz, eu sei porque eu fiz, porque no final acabaríamos fugindo. No final seria como antes. Acabaria seu amor e eu continuaria por aí. E é por isso que eu não posso mais te ver. É por isso que eu estou mentindo quando digo que eu não te amo mais. Não me pergunte como eu sei, eu só sei. Não é pretensão nem nada, você não acha que eu queria que as coisas dessem certo? Mas eu consigo viver sem você, eu já tinha te dito isso uma vez. Não quer dizer que não dói sua falta. Dói até demais em algumas horas. Tá tudo recente ainda pra mim, meu tempo passa rápido, ok, já procurei outros corpos, e daí? Não quer dizer que tudo tenha sido superficial pra passar tão rápido, quem sabe daqui uns 8 meses, quem sabe até virar o ano e eu consiga me ocupar tanto que não sobra tempo pra eu respirar. Quem sabe um dia você só seja uma recordação boa de algum momento da minha vida.

“O erro? Eu dizia, pois é, o erro. Eu penso, se o erro não foi de dentro, mas de fora? Se o erro não foi seu, mas da coisa? Se foi ela quem não soube estar pronta? Que não captou que não conseguiu captar essa hora exata, perfeita, de estar pronta. Porque assim como o movimento de apanhar deve ser perfeito, deve ser perfeita também a falta de movimento, a aparente falta de movimento do que se deixa apanhar. Você me entende?"

Comentários

Postagens mais visitadas