Narciso (rosas e vinho tinto)
ela disse, uma vez, coisas do tipo que ninguém fala. foi aclamada (e nisso coloca-se apenas
uma palma) e depois se sentiu cansada. uma das poucas vezes que eu me senti mal por estar
bebendo. e isso é do tipo extremamente impossível. não que a cerveja estivesse quente nem
nada, foi apenas um instante, mas logo depois não havia mais cerveja, sentia ela se decompondo em meu estomago, talvez porque a 3 dias não comia nada. já na altura de evaporação, toca a campainha. são 2 horas dessa madrugada fodida, eu, eu, meu computador ligado, eu escrevo, bebo um vinho barato daqueles que você ganha em cesta básica, cinzeiro lotado na varanda, minhas idas e vindas pela cozinha, pelo banheiro, calor infernal, lembro das paquitas do inferno e penso como deve ser bom estar agora vestida que nem elas, mas pra que, tiro a roupa, fico só de calcinha, ate dá vontade de ligar a webcam e me exibir pra qualquer um, mas me distraio com o ronco da minha companheira de quarto. a campainha toca. estou deitada no meu sofá red label com uma palitinho de dente na boca. a campainha toca. inverto a posição, fico com a cabeça pendurada, cabelo encostando no chão. a campainha toca. decido ir vem que é. olho mágico é sempre muito engraçado, a testa fica enorme, o corpo rechonchudo. tá. não tem nada de muito engraçado. abro a porta. Jenfei entra e deita no sofá. permanecemos ali algumas horas. começou a chover, ele disse que queria pegar chuva, e foi buscá-la.
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