Narciso (maldiçao e luz)


Ai que ela pouco sabia o que acontecia. Já tinha confundido muitas coisas, e nesse meio algumas brigas, algumas paixões, alguns devaneios e aquela abstinência de sempre, mal voltava da ressaca e já sofria por uma semana cheia de nenhuma emoção. Era inútil a perda daquele tempo, mas tinha alguma esperança de no final encontrar aquilo que desejava. Não era nem desejo mais, era necessidade, não agüentava mais sufocar aquelas pessoas, já dizia grata por não terem abandonado-a, mas aquela confusão já trazia desespero, se sentia ainda mais sozinha, seu quarto ainda maior de um nada, era pouco o que sobrava, era muito o que entristecia, abria a garrafa de qualquer-coisa-alcoolica e engolia sem modos, sem limites, sem amor.

“Sentei na poltrona e esperei de olhos fechados. Depois fiquei sentindo a sua mão sobre a minha e ouvindo a sua voz rouca lendo coisas estranhas, mági¬cas e tristes ao som de um cravo e uma flauta doce. Sem sentir fui sendo pene¬trado por um reino de escuridão, teias, náusea, dor, maldição e luz. Quis vol¬tar, mas era muito tarde.”

Comentários

Ella? disse…
Ai, hoje eu Fui ve-lo. Tão lindo, tão meu. Tou sonhando ainda.

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