Narciso (good good)


E você continuava preso na minha garganta, seu cheiro continuava nas minhas roupas, no meu corpo, você nem tinha acesso as minhas letras, a gente falava no caminho sobre coisas aleatórias, às vezes surgia o silencio e a despedida foi curta demais, o que você disse mesmo, boy? que foi bom me conhecer, que adorou esses dias e boa semana? quer dizer o que? que não nos vemos mais nesses malditos cinco dias? eu juro que estava tentando não pensar nisso, mas é amor, hoje eu estava com aquela maldita inspiração, vai ver foi um sinal pra eu ter esquecido o telefone e não ter enchido sua caixa de entrada com mensagens. Talvez fosse esse abismo entre sentir e acontecer, respire fundo, isso deveria funcionar, mas parecia que só entrava mais ar e não saía. Eu só queria merecer coisas boas, e não dizer que era tarde demais ou que era tão diferente assim, mesmo que fosse fugir pra algum lugar longe. Dizer o que era, e aí boy, você aceitaria, sem perguntar o porque, mesmo sem entender, só poderia ser assim, tipo pegando carona, ficar perdido no mundo. Ter fé no amor, ter fé no que não se podia acreditar, ter fé demais, não falar nada.

“Vai passar, tu sabes que vai passar. Talvez não amanhã, mas dentro de uma semana, um mês ou dois, quem sabe? O verão está ai, haverá sol quase todos os dias, e sempre resta essa coisa chamada "impulso vital". Pois esse impulso às vezes cruel, porque não permite que nenhuma dor insista por muito tempo, te empurrará quem sabe para o sol, para o mar, para uma nova estrada qualquer e, de repente, no meio de uma frase ou de um movimento te supreenderás pensando algo como "estou contente outra vez".”

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